sábado, 29 de outubro de 2016

Coisas sólidas e verdadeiras


In https://bibliotecascoloradd.files.wordpress.com/2013/02/mural-ee-guerra-de-almofadas.jpg [consultado em 29-10-2016]



Coisas sólidas e verdadeiras


No outro dia, estava a almoçar e dei especial atenção a uma notícia que passava na televisão sobre a guerra na Síria.
Poderão os meus leitores dizer, e com razão, que foram as guerras que fizeram o Homem evoluir. E o que seríamos nós, habitantes deste retângulo junto ao Oceano Atlântico, se não tivessem existido as guerras que foram ganhas pelo nosso ilustre rei D. Afonso Henriques no século XII? Provavelmente seríamos árabes ou espanhóis.
Contudo, na minha opinião, as guerras na Síria não são dignas do século XXI. E quem diz a guerra na Síria, diz os ataques terroristas que se têm vindo a intensificar, nomeadamente em França. O ser humano tem de ser cada vez mais civilizado. As guerras trazem imensas desvantagens, como o elevado número de mortes, a destruição das cidades, e, consequentemente, o crescente número de habitantes que abandonam os seus países de origem em busca de melhores condições para (sobre)viver, como é o caso dos refugiados que estão a entrar em território europeu. Nesse caso, o problema deixa de ser apenas dentro dos países em guerra e passa a ser também dos países que acolhem os refugiados.
Considero, portanto, que as guerras em nada beneficiam as nossas vidas, especialmente em pleno século XXI. O respeito pela vida humana deve ser a coisa mais sólida e verdadeira do mundo!

André Simões, 9.º B, N.º 2


Nota
O título é de uma crónica de Manuel António Pina, cuja leitura desencadeou este processo de escrita.


Coisas sólidas e verdadeiras


In http://modaebeleza.org/wp-content/uploads/2015/08/cabelo-azul-degrade.jpg [const. em 2.11.2016]

Eu sempre quis ser diferente, mas nunca soube muito bem como. Parecia que tudo o que era considerado diferente, para mim, já não o era. Era como se ainda não tivesse encontrado a diferença certa, mas a ideia estava sempre na minha cabeça.
Era um dia normal, estava a ouvir músicas, enquanto via os videoclips das mesmas. Até que parei num. Nunca tinha ouvido falar da artista, mas o que me captou a atenção foi o seu cabelo. Era perfeitamente dividido ao meio, com uma peculiaridade: o seu tom não era moreno ou loiro, nem ruivo ou preto, mas sim metade rosa e metade preto. E aquilo fascinou-me! Eu fui ver outros vídeos da mesma menina e agora o cabelo rosa estava azul, roxo e até branco! E aí eu percebi a minha diferença.
Saltei do sofá e procurei pela minha mãe. Quando a encontrei, perguntei-lhe o que achava de eu pintar cabelo de azul. Ela olhou-me com uma cara feia e disse-me para não o fazer... que o meu cabelo castanho era lindo... Mas eu não me convenci. Fui a casa da minha vizinha. Fiz-lhe a mesma pergunta; «A minha mãe diz que quem tem cabelo colorido não vai ser ninguém na vida.» foi a sua resposta.
Desanimada e inconformada com isso, decidi ir dar uma volta perto da minha casa. Logo parei e sentei-me, encostando-me à parede.
- Então, menina, tudo bem? - olhei para a rapariga que me tinha feito a pergunta. E sorri. Ela tinha cabelo azul.
- Como é ser diferente? - perguntei e a menina riu.
- Gostas? - responde-me em forma de pergunta, mexendo no cabelo. E eu assinto. - Sabes, há muita gente na terra e há muita gente que não aceita o nosso cabelo colorido. Mas deixa-me dizer-te que pintar o cabelo não te muda, apenas mostra quem realmente és.
Ela foi embora.
Esta versão fez muito mais sentido! Como é que a cor do meu cabelo pode definir quem eu sou, ou se vou ou não ser alguém na vida?!
E para além disso, há tantas cores! Como é que nós podemos querer limitar o nosso cabelo a apenas três cores? Que, diga-se de passagem, são bem aborrecidas!
Contudo, o que eu realmente não entendia é porque é que os outros veem isso e não o aceitam.
Eu não quero viver num mundo em que não nos deixam ser quem somos!
Voltei para casa, não disse mais nada à minha mãe. Sim, aquela menina estava certa, se eu pintar o cabelo não vou deixar de ser quem sou.
Encontrei a minha diferença, e não ligo se aceitam ou não.


Joana Santos, 9.º B

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